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sexta-feira, 22 de março de 2013


O show do dia 6 de abril, será um retrospecto da trajetória do LIGA TRIPA, os trinta e quatro anos do grupo.Grupo que faz parte do inconsciente coletivo da cidade e passou pelos diversos momentos artísticos, culturais e políticos formando uma identidade musical com a cidade e seus habitantes. 
O show trará as  canções que marcaram gerações e que continuam na cabeça dos brasilienses até hoje, como por exemplo: Atrás do Liga Tripa (Nonato Veras), Edifício ninguém mora lá (Sergio Duboc e Vicente Sá), Horário de verão (Liga Tripa), Quase vinte dentes (Aldo Justo), Juriti( Aldo Justo e Paulo Tovar), Qual é, Brasília (Paulo Tovar), Travessia do Eixão (Nonato Verás e Nicholas Behr), Palhaço Bonito (Aldo Justo, Nonato Veras e Miguel), entre outras farão parte do repertório deste show memorável e que estão no CD - É Se Há que será lançado neste dia.
As participações especiais de: Noélia Ribeiro, Vicente Sá, Célia Porto, Eduardo Rangel, e outros músicos da cidade..
Serviço:
Show de lançamento do cd  É se há - do Grupo Liga Tripa, grupo que é referência da cidade em uma apresentação especial, focando nos 34 anos de atuação no cenário musical brasiliense.
Os menestréis do Liga Tripa & convidados especiais, numa fusão de ritmos e influências da vida de Brasília.
Clube do Choro - SDC QD. 03 BLOCO "G" - BRASÍLIA-DF
R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
18 anos
Reservas: 61 3225-1199

sábado, 16 de março de 2013

Viola caipira no Jazz

http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2013/03/12/noticia_musica,140979/fernando-sodre-inova-ao-usar-a-tradicional-viola-caipira-para-gravar-temas-com-o-espirito-do-jazz.shtml



Fernando Sodré inova ao usar a tradicional 

viola caipira para gravar temas com o 

espírito do jazz

Seu terceiro CD trará faixas autorais e releituras de clássicos de mestres da MPB

Eduardo Tristão Girão - EM CulturaPublicação:12/03/2013 09:11
Fernando toca com formação semelhante às dedicadas ao jazz (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Fernando toca com formação semelhante às dedicadas ao jazz
  Está para sair do forno um CD que promete se tornar importante na discografia da viola caipira, instrumento renovado há alguns anos graças a nomes que não estão restritos a Minas Gerais. Terceiro trabalho de carreira, 'Viola de ponta cabeça', previsto para ser lançado em maio, reafirma o talento do belo-horizontino Fernando Sodré. O álbum revela o intérprete corajoso de autores consagrados, além do autor de peças que mostram como a já fértil cena instrumental brasileira pode se tornar ainda mais rica com a participação de violeiros de todas as regiões do país.

Fernando toca com formação semelhante às dedicadas ao jazz. Ao lado dele estão o pianista Írio Júnior, o baixista Enéias Xavier e o baterista Neném. As participações especiais também lembram as de álbuns jazzísticos: Toninho Horta (violão e guitarra), Gabriel Grossi (gaita) e Alvimar Liberato (violão). No lugar que seria da guitarra ou de um instrumento de sopro está a viola, explorada de forma totalmente diferente do esperado, embora a afinação seja exatamente a mesma ouvida na música regional.

“Já vinha fazendo isso com a viola, mas não com músicas de outros compositores. Agora tenho a viola bem mais à frente dos demais instrumentos, ela é a guia. Há mais improvisação, deixando o disco mais solto, mais livre. As harmonias são mais trabalhadas e modernas, o que é incomum no universo desse instrumento, projetado para tocar música caipira. Fora isso, é preciso desbravar outros acordes, técnicas e fraseados, o que exige muita ginástica e estudo, pois saímos do que estamos acostumados a fazer”, explica Fernando, de 35 anos.

APOSTA A princípio, a ideia era gravar um disco só de viola. Entretanto, depois de iniciar o trabalho com Enéias e Neném, ele ficou seduzido pela possibilidade de arriscar mais. Depois de shows com o trio na Argentina e no Panamá, realizados no ano passado, Fernando teve certeza de que o CD deveria registrar essa aposta. À nova formação foi incorporado Írio Júnior, por sugestão do baixista. “O pianista não veio só para completar as harmonias e me deixar mais livre, mas para improvisar”, enfatiza.

Em setembro, o disco foi gravado ao vivo no estúdio Bemol, em Belo Horizonte. Foram três dias de ensaio, uma semana de trabalho e, no máximo, dois takes de cada faixa. Das 10 que compõem o álbum, três vieram do próprio violeiro: 'Viola de ponta-cabeça', 'Chamaminas' e 'Sagarana'. Na faixa-título, que abre o álbum, Fernando dá o recado: identificável em seu timbre, a viola soa bem adaptada ao formato de quarteto instrumental, executando trechos que, certamente, exigiram muito do artista.

Em 'Chamaminas', encanta o casamento entre as 10 cordas caipiras e a gaita do brilhante Gabriel Grossi, em registro inspirado de toda a banda. Assim como na faixa anterior, em 'Sagarana', Fernando se mostra compositor competente e reserva momentos para demonstrar o potencial da viola em solos à frente de uma banda.

Nas três composições escritas pelo violeiro, trechos com vocalises conferem colorido especial a registros que trazem frescor à música instrumental brasileira.

ESTUDO A direção musical do trabalho é de Fernando Sodré, exceto em 'Party in Olinda' e em Tão Bosco, dirigidas por seu autores, Toninho Horta e Enéias Xavier, respectivamente. Na primeira, o mestre mineiro do violão faz impecável “cama harmônica” para o violeiro solar à vontade. Na sequência, cria interessante contraste ao executar curto solo com seu característico toque de guitarra aveludado. Prato cheio para bons improvisos, 'Tão Bosco' enfileira, inesperadamente, groove, samba e rumba.

O repertório é completado com 'Lamentos do morro' (Garoto), 'Jongo' (João Pernambuco), 'Ponteio' (Edu Lobo e Capinan) e duas peças de Tom Jobim, 'Passarim' e 'Samba do avião'. “Assim, consegui juntar jazz, choro, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, entre outras referências com as quais vinha trabalhando. Há anos toco essas músicas e estudo esses compositores. João Pernambuco foi um dos primeiros que estudei a fundo. Ele já inseria a viola em regionais de choro, é um grande compositor. Raphael Rabello é outra referência fortíssima, ouvi muito aquele disco dele com músicas do Tom Jobim”, diz Sodré.

Vale lembrar: o disco foi totalmente gravado com a tradicional viola de 10 cordas, não a de 14 que Fernando usou em seu CD anterior, 'Rio de contrastes' (2007). “Quis explorar o instrumento do jeito que ele é, sem recursos extras. Um desafio, mesmo. Mostramos que dá para fazer algo diferente com a viola de 10 cordas, pois criar acordes e fazer harmonias seria mais fácil com a de 14”, justifica ele.

IDIOMA Com seis anos dedicados à viola, Fernando conta, satisfeito, que vale a pena apostar em outros universos para ela. “É um caminho difícil, a gente tem de criar um idiomatismo no instrumento. Hoje, é muito mais fácil aprender isso e muita gente me procura pela internet. Acredito que meu disco contribui para a evolução do instrumento. A música que estamos fazendo é bem diferente”, conclui.


ISTO É FERNANDO SODRÉ

>> Apesar de atualmente se dedicar à música instrumental, o belo-horizontino apostou também em canções em seu disco de estreia, Fernando Sodré (2003). O segundo, Rio de contrastes (2007), é totalmente instrumental.

>> A aposta na inserção da viola na cena instrumental vem dando frutos. Fernando Sodré já se habituou a tocar em festivais e projetos do gênero, como a Festa da Música (BH) e o Mimo (Olinda).

>> Músicos de primeira linha participaram de Rio de contrastes: Márcio Bahia, Tiago do Espírito Santo, Gabriel Grossi e Márcio Bahia, além do convidado especial Hamilton de Holanda.

>> Em 2002, o violeiro estava entre os vencedores do concurso Jovem Instrumentista BDMG. Foi premiado com aulas do violeiro Renato Andrade, de quem se tornou amigo e companheiro de show.

>> Há 10 anos integrante do projeto Causos e violas das Gerais, promovido pelo Sesc, Sodré cumpre agenda de shows no interior mineiro. Nesse caso, o repertório mescla temas autorais e música caipira.

Fernando Sodré

http://www.mixnoticias.com.br/a-viola-rebelde-de-fernando-sodre/


A viola rebelde de Fernando Sodré

Músico subverteu a forma e a sonoridade da tradicional viola caipira brasileira
Por Marco Lacerda
Músico tocou em Fidalgo no Festival de Verão de Pedro Leopoldo em 2012
Músico tocou em Fidalgo no Festival de Verão de Pedro Leopoldo em 2012
Como Ney Matogrosso, que escolheu Juiz de Fora para fazer a pré-estréia do seu novo show (Atento aos sinais), o violeiro mineiro Fernando Sodré optou por Itamonte, também em Minas, para abrir sua temporada de shows de 2013. A temporada antecede o lançamento do terceiro CD do músico, ‘Viola de Ponta Cabeça’, que acontecerá ainda neste primeiro semestre. Antes disso Sodré levará seu concerto às principais cidades de Minas e do Brasil em turnê a ser previamente anunciada.
Em suas apresentações Fernando não conta com apoio financeiro ou patrocínio, enquanto Cláudia Leite é contemplada com 6,5 milhões de reais para uma turnê em que serão despejadas toneladas de detritos musicais nos já calejados ouvidos brasileiros. A única arma com a qual Fernando Sodré conta é a sua viola caipira, também conhecida como viola sertaneja, viola nordestina, viola cabocla e viola brasileira. Com suas variações, é popular principalmente no interior do Brasil, sendo um dos símbolos da música popular brasileira.
O instrumento tem sua origem nas violas portuguesas, oriundas de congêneres árabes como o alaúde. É descendentes direta da guitarra latina, que, por sua vez, tem origem arábico-persa. Já as violas portuguesas chegaram ao Brasil trazidas por colonos portugueses de diversas regiões lusitanas e passaram a ser usada pelos jesuítas na catequese de indígenas. Mais tarde, os primeiros caboclos começaram a construir violas com madeiras toscas da terra, dando origem à viola caipira.
Dito isso é bom lembrar que Fernando Sodré subverteu não só o design, mas a sonoridade típica do instrumento à qual estávamos habituados. Quem vai aos seus concertos esperando ouvir lamentos sertanejos com certeza volta pra casa tão decepcionado como aqueles que, em 1976, pagaram uma grana preta na esperança de ouvir Miles Davis tocar o Concerto de Aranjuez, no Teatro Municipal de São Paulo. Totalmente mergulhado na fusão jazz-rock, Davis estourou os tímpanos conservadores com um som arrebatador demais até para os ouvidos modernos da época.
Algo semelhante acontece com a música de Fernando Sodré. Aos 34 anos, ele já é reconhecido como um dos mais importantes representantes da viola caipira instrumental no Brasil, buscando em seu instrumento novos caminhos e experimentos sonoros que surpreendem o  ouvinte. Inconformado com o tamanho natural das coisas, Sodré inovou na criação da viola de 14 cordas, um instrumento único, com maior extensão harmônica e um timbre surpreendente.
A fórmula do sucesso de Fernando Sodré é a mistura da sonoridade da viola caipira com a forma peculiar com que ele a toca, o que lhe permite alcançar um estilo absolutamente pessoal. Colecionador de prêmios, Fernando destaca-se no cenário nacional não só pela originalidade do seu trabalho, mas sobretudo por seu virtuosismo. Sodré já dividiu palcos com grandes nomes da musica brasileira como Hamilton de Holanda, Almir Sater, Toninho Horta, Roberto Correa, Juarez Moreira e uma legião incontável de pesos pesados.
Influenciado por  mestres como Tom Jobim e Raphael Rabelo, além de Pat Metheny e Paco de Lucía, em ‘Viola de Ponta Cabeça’, Fernando vai mostrar aos ouvintes as preciosidades que imprime ao seu trabalho a cada novo disco. Quando nada será uma injeção de grandeza musical nos nossos ouvidos saturados de axeismos e funquices de quinta categoria. Quem quiser esquentar as turbinas até a chegada do novo CD pode ouvir seus trabalhos anteriores: ‘Rio de Contrastes’ e ‘Fernando Sodré’.
Marco Lacerda - 120 X 100Marco Lacerda é jornalista e escritor, autor dos livros ‘As flores do jardim da nossa casa’, ‘Favela High-Tech’ e ‘Clube dos homens bonitos’.